WAGNER RODRIGUES POETA E CRONISTA

TEXTOS ORIGINAIS E PUBLICADOS NOS LIVROS DO AUTOR

  • Flash Gordon (Poema de Bolhas de sabão)

    Nascido lá no gibi,

    Como surgiu o Tarzan,

    Viajando em seu foguete

    Pensava ontem o amanhã.

    Ele voava tranquilo,

    Anos antes de Laica

    Ter passado por aquilo

    De uma forma tão prosaica.

    Sputnik não era

    O nome do seu foguete.

    Feito por Dr. Zarkov,

    Tinha Dale como enfeite.

    Foram ao Mongo planeta

    Para salvar um reinado,

    Pois o tirano do Ming

    O trono havia usurpado.

    Tirano tão deprimente

    Que expulsara para Arbórea

    Sua própria filha Aura,

    Princesa de alma ebórea.

    Naqueles anos bem idos

    Trazia uma doce malícia,

    Provocando a libido

    Sem que chamassem a polícia.

    Inspirou George Lucas

    A fazer Star Wars,

    Transformando Gordon e Dale

    Em Luke e Leia Stars.

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  • A lua e as nuvens (Poema de Bolhas de sabão revisada em abril de 2025)

    A lua é um astro intrigante,

    Pois muda a cada semana.

    Seu mudar é a sua constante,

    Andarilha, lua cigana.

    Com passos no caminho de estrelas

    É mais bela na noite formada.

    Na madrugada enrubesce

    Ao flagrar beijos de amantes.

    Com pudor, às vezes, parece

    Vestida da renda hialina

    De nuvens, em véu protetor,

    Cobrindo-a na suave neblina.

    Mas as nuvens deixam escapar

    O brilho por mais que lhe vistam.

    Ocultar as nuvens não podem

    Luares que poetas incitam.

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  • A folha da parreira (Poema de bolhas de sabão)

    De um vento mais forte,

    Numa nuvem de poeira,

    Acaba chegando do norte

    Uma folha de parreira.

    Vinha rasgada e quebrada

    Da rudeza do caminho,

    Mas trazia nos sulcos, marcada,

    A ternura do carinho.

    Intrigado com a poesia,

    Indaguei à criatura

    Por que amor haveria

    Depois de tanta tortura?

    E como resposta não vinha,

    Pois a folha não falava,

    Caminhei eu para a vinha,

    Já que a noite não tardava.

    Um brilhante regatinho

    Me reteve a caminhada.

    Nele havia um raminho

    Que a água carregava.

    O ramo, à sua maneira,

    O mesmo poema trazia.

    Também viera do Norte

    Como a folha da parreira.

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  • O pescador (Poema de Bolhas de sabão)

    Vibrante o passo

    Altivo o andar…

    A rede nas costas

    No caminho do mar.

    O acaso temido

    Por outro dia passou,

    Esperando da rede

    O que a graça negou.

    Sabendo da vida

    Só o que ela lhe faz,

    Leva para morte

    O que a sorte lhe traz.

    Sem querença ou cobranças

    De ódio ou de amor,

    Sem dormir em lembranças,

    Sem carência ou rancor.

    Vibrante o passo

    Altivo o andar…

    A rede nas costas

    No caminho do mar.

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  • Lágrima (Poema de Bolhas de sabão)

    De olhos grandes e brilhantes

    Da pouca luz que refletia,

    Uma lágrima saltou vibrante,

    Sem alvoroço, até sombria.

    Hesitava, no entanto,

    Fluir na pálida face

    Como que se despisse no pranto

    A alma que o provocasse.

    Na solidão e no silêncio noturno

    Percorreu os suaves traços,

    Acariciando em seu turno

    Ao fluir em seus compassos.

    E foi morrer nos lábios pequenos,

    Tão suaves, tão amenos,

    Que a invejam meus beijos guardados,

    Ávidos, desesperados.

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  • Araguaia (Poema de Bolhas de sabão)

    No início do inverno

    O rio retorna a seu leito.

    Deixa às margens lagoas

    E igarapés bem estreitos

    Que servem de ligação

    A cenários, os mais perfeitos.

    Os canais são quase túneis

    Formados sob as ramadas

    Do igapó recomposto

    E árvores desafogadas.

    Ao seguir por esses nichos

    Novos lagos se desvendam,

    Com jacarés espreitando

    As jovens garças imprudentes

    E os aruanãs deslizando

    Como lá fazem as serpentes.

    Jabutis enfileirados

    Descansam num tronco caído.

    Nos ninhos com zelo arrumados,

    Trinca o pixoré já nascido.

    Sob as águas, haja zelo,

    Pois há coisas perigosas,

    Desde a raia e seu cutelo

    Às piranhas tão gulosas.

    Já no rio, na noite alta,

    Bufa o boto em borbotões

    E nas margens, qual ribalta,

    Luzem olhos de caimões.

    Estrelas, por si, já clareiam

    A noite em plena lua nova

    E sob ela devaneiam

    Ritos da fauna majestosa.

    Vivem bugios e até pintadas

    Nas sombras da mata densa,

    Sucuris bem tocaiadas,

    Para constringir são atentas.

    O Araguaia ainda abraça

    A grande ilha fluvial

    Dos Carajás, a forte raça

    Que vive e morre em Bananal.

    É assim o Araguaia,

    Praias novas a formar.

    Sob a vigília de três estados,

    Vai o Tocantins abraçar.

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  • Tempestade (Poema de Bolhas de sabão)

    A tarde se tornava,

    Depois do ensolarado dia,

    Um rubor escuro que vestia

    Um quase noite que chegava.

    Fulgurantes, as nuvens pululam,

    Ávidas de derramar seu pranto

    Na face da minha vidraça.

    Pelas frestas contritas

    Irradiar, em silvo, o canto

    Do vento que estreito passa.

    Salpicam no asfalto,

    No fim do dia,

    Estourando dos céus,

    Os caldos grossos da tormenta satisfeita.

    Então, a chuva derramada

    Segue o curso sem tardar,

    Pois as águas sempre sabem

    Quando e por onde rolar.

    Em ribeiras e cascatas

    Seguem descendo colinas,

    Em mil veios convergentes

    Engrossam cavando ravinas.

    De riachos apressadas

    A rios que lhe dão colhida

    Regam várzeas e florestas,

    Espalhando cor e vida.

    Chegam enfim aos oceanos

    Onde dormem sossegadas

    Embaladas pelas ondas,

    Mãe das águas lá chegadas.

    Mas o sol que as cobiça

    Das ondas as tem sequestradas,

    Evaporadas às nuvens…

    Lhes impõe nova jornada.

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  • O diabo e o maquinista (Poema de Bolhas de sabão)

    O maquinista sabia

    Dessas coisas do destino.

    Contra ele não bulia,

    Pois seria um desatino.

    Agradecer a Deus ocorria

    Ao fim de cada viagem,

    Que da próxima vez haveria

    Formado camaradagem.

    Mas, nem só de bondade

    É feito este mundo redondo.

    Para falar bem a verdade,

    Tem-se mais do hediondo.

    Assim, se juízo o tens,

    Ignora-lhe o rabo,

    Não custa a ti dar também

    Uma esmola ao vil Diabo.

    Algum dia poderás

    Carecer de algum favor

    E ao demo exigirás

    Sua dívida recompor.

    Esta lenda e muitas outras

    Meu avô sempre contava,

    Contador que ele era,

    De contar não se cansava.

    No Alentejo assim se diz:

    “Se quiseres ser feliz,

    Faze tu sempre o bem,

    Não te cates para quem”.

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  • O trono de Israel (Crônica de Deuses no divã)

    Essa é uma confissão que preciso fazer. Muitas vezes permito a meus escolhidos coisas que não permitiria a mais ninguém. A descendência de Abrão chegou a Davi e Salomão e esta casa chegaria até meu ungido Jesus, não diretamente, já que ele é meu filho. Jesus está ligado a Davi através do pai adotivo, José, carpinteiro e construtor e, provavelmente, através da mãe.

    Bom, a coisa toda começou com Davi. Um baixinho muito mulherengo que me amava bastante, apesar de tudo. Davi matou o gigante filisteu, Golias. Esta luta aconteceu durante o reinado de Saul, então rei da tribo de Judá. Saul havia prometido muitas riquezas e a mão de sua filha em casamento àquele que vencesse o gigante que humilhava os israelenses da tribo de Judá. Aceitar o desafio não era coisa para qualquer um, já que Golias tinha mais de seis côvados, como bem relatou Samuel. Vejam:

     “E os filisteus estavam num monte de um lado, e os israelitas estavam num monte do outro lado; e o vale estava entre eles.
    Então saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo.
    Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas; e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. 1 Samuel 17:3-5

    Samuel era meio exagerado para contar as vantagens do povo escolhido. Seis côvados equivaleriam a mais de quatro metros. Na verdade, Golias era mais para um bom jogador de NBA, com pouco mais de dois metros de altura e quase cento e cinquenta quilos. Já Davi era bem jovem e franzino, mas quis aproveitar a oportunidade. Com uma funda e uma pedra de bom tamanho que costumava usar para proteger o seu rebanho dos predadores, ele deu conta do gigante que caiu desmaiado. Em seguida, com a própria espada do filisteu, cortou-lhe a cabeça, matando-o de vez.

    Assim, Davi, apenas um jovem pastor de ovelhas, passou a ter o direito de se casar com uma princesa e tornar-se pretendente ao trono de Saul, rei da tribo de Judá.

    A bagunça real começou logo em seguida. O primogênito de Saul teve sentimentos por Davi. Veja como Samuel descreve a situação:

    “E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma.
    E Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai.
    E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. 1 Samuel 18:1-3

    Samuel não deixa claro se o amor era platônico ou não. Para o bem de todos, acho melhor deixar assim mesmo.

    Saul não ficou muito contente com a rápida fama que Davi conquistou. Temendo tal popularidade, resolveu que seria melhor dar cabo de Davi antes que este se tornasse uma ameaça maior.

    Saul já havia negado a mão da filha mais velha. Para dar fim a Davi, Saul simulou oferecer a Davi a mão de Mical, sua outra filha que, na verdade, também tinha sentimentos pelo jovem pastor. Ao invés de algum dote, Saul pediu que Davi trouxesse o prepúcio de cem filisteus. Saul esperava que Davi morresse ao tentar tal façanha. Pensem bem se esse é pedido que se faça! Acontece que Davi, com minha benção, foi mais que bem-sucedido. O jovem voltou da grande batalha com nada menos que duzentos prepúcios desses inimigos de Israel.  Não teve jeito, o casamento acabou por acontecer.

    Mical foi a primeira das esposas que Davi teve. Longe de ter sido a única esposa, ao menos foi a que se casou com Davi antes dele ser rei.

    Saul fez de tudo para atacar o pretendente ao reino por inúmeras vezes. Só não teve sucesso pela contínua intervenção de Mical e também de Jonatas.

    A rivalidade dentro da tribo de Judá continuou como uma guerra civil até mesmo depois da morte do rei Saul. Finalmente Davi se consolidou como rei dos descendentes de Benjamin para, mais tarde, unir todos os israelenses. Tornou-se o rei de toda minha nação, isto é, da nação dos meus escolhidos.

    Para encurtar a história, Davi teve outras sete mulheres. Algumas dessas esposas foram tomadas de outros homens que foram mortos com ou sem auxílio do rei. Entre elas, inclusive, uma das esposas do próprio rei Saul. É mole esse Davi? Davi se casou com a própria sogra! Era um tremendo safado, esse meu querido rei.

    Claro que o caso mais famoso foi com Bate-Seba, mulher casada com Urias, general do rei. Desse último casamento de Davi, nasceram mais filhos, entre eles Salomão. Como a mulher era magistralmente bela, Davi lhe prometeu que Salomão seria o futuro rei de Israel, apesar de não ser o mais velho dentre os filhos vivos de Davi. Claro que essa promessa gerou ainda mais intrigas reais.

    Adonias, por ser o mais velho entre os filhos de Davi, achava que merecia ser o sucessor ao trono. Dessa forma, Adonias assumiu o trono por conta própria com a benção de alguns sacerdotes. Entretanto, Davi, que já havia aprovado o reinado de Adonias, sucumbiu aos pedidos de Beta-Seba, provocando uma verdadeira cisão entre os ungidores de reis.

    Quando, finalmente, Salomão sobe ao trono, em sua grande sabedoria manda rapidamente matar seu meio irmão Adonias para acabar com qualquer pretensão de ser derrubado. Adonias havia apelado por misericórdia à própria mãe de Salomão, mas o novo rei não vacilou. Vejam:

    “Assim foi Bate-Seba ao rei Salomão, a falar-lhe por Adonias; e o rei se levantou a encontrar-se com ela, e se inclinou diante dela; então se assentou no seu trono, e fez pôr uma cadeira para a sua mãe, e ela se assentou à sua direita.
    Então disse ela: Só uma pequena petição te faço; não ma rejeites. E o rei lhe disse: Pede, minha mãe, porque não ta negarei.
    E ela disse: Dê-se Abisague, a sunamita, a Adonias, teu irmão, por mulher.
    Então respondeu o rei Salomão, e disse a sua mãe: E por que pedes a Abisague, a sunamita, para Adonias? Pede também para ele o reino (porque é meu irmão maior), para ele, digo, e também para Abiatar, sacerdote, e para Joabe, filho de Zeruia.
    E jurou o rei Salomão pelo Senhor, dizendo: Assim Deus me faça, e outro tanto, se não falou Adonias esta palavra contra a sua vida.
    Agora, pois, vive o Senhor, que me confirmou, e me fez assentar no trono de Davi, meu pai, e que me tem feito casa, como tinha falado, que hoje morrerá Adonias. 1 Reis 2:19-24

    Fratricídio foi uma das primeiras ações do sábio Salomão.

    Bom, o mais sábio dos reis de Israel, segundo eu mesmo, tinha claramente o sangue do pai no quesito gosto pelo sexo frágil. Vejam:

    “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias,
    Das nações de que o Senhor tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor.
    E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. 1 Reis 11:1-3

    Podem imaginar? Uniu-se com amor a mil rabos de saia! Esse Salomão era mesmo um tremendo garanhão. Superou, em muito, o pai no quesito.

    Assim como o pai, Salomão reinou por quarenta anos. Façamos as contas. Quarenta anos são aproximadamente quatorze mil e quinhentos dias. Com mil mulheres que ele tomou por amor, significa que ele trocava de mulher a cada quinzena. Isto se imaginarmos que manteve o ritmo mesmo na sua velhice. Convenhamos! Não é coisa para amador.

    Pois é! Dessa casa prometi meu ungido Jesus. Agora me digam? Crescendo nessa casa, dá para criticar se meu ungido teve alguma afeição por Maria Madalena?

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  • ÉTER (Crônica de Deuses no divã)

    Não me confundam com o anestésico, o etoxietano que muita gente cheirou para fazer amidalectomia nos meados do século XX. Sou um deus, não uma substância. Mais ainda, sou um dos deuses primordiais da idade de ouro da humanidade. Sou filho de Érebo (trevas) e neto de Caos, o primeiro de todos os deuses. Falam deles até no livro de Gênesis: “No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Gênesis 1:1,2” Minha mãe é Nix, a deusa noite. Assim, sou um deus de primeiríssima estirpe.

    Notem os senhores que, até alguns curiosos da física mais moderna se intrometerem no que não deviam, eu era a explicação para muita coisa que acontecia no cosmo. Isto era aceito por todos os cientistas da humanidade. Sir Isaac Newton acreditava piamente em mim, assim como todos seus discípulos da física clássica. Tudo ia maravilhosamente bem até o alemão Albert Michelson e o americano Edward Morley se unirem para tentar me ver e até me medir. Vejam o absurdo. Ver e medir um deus!

    O que eles fizeram é meio difícil de entender, até mesmo para um deus. Mas pretendiam provar que a luz viajava a uma velocidade constante através de mim, o Éter. Isso muito me lisonjeava. Seria eu as ordenadas de referência de tudo? Eu era considerado desde Galileu até Newton, até esse experimento desgraçado, como o meio absoluto no espaço pelo qual todas as ondas eletromagnéticas, como a luz, se propagavam. Eu era o oceano delas!

    Bom, a coisa começou a complicar com a matemática do Maxwell. Na verdade, a dupla américo-germânica tinha boa intenção e pretendia mostrar que eu estava lá e tinha este importante papel na ciência, desmentindo as continhas do Maxwell.

    A engenhoca deles devia mostrar resultados provando meus predicados. Entretanto, acabaram por provar o contrário. Chegaram à triste conclusão de que eu não existia!

    Em seguida, veio o tal do Einstein e chutou a barraca de vez. Fui colocado de lado, juntamente com o Cronos, em favor desse deusinho vaidoso, o Apolo, o deus da luz.

    Esse Apolo, apesar de toda pompa, como perceberam todos os escultores romanos, não era muito bem-dotado, se é que entendem o que eu estou dizendo. Podia ter muita energia, mas a matéria não estava onde devia…

    Eu sei que digo isso porque estou indignado. Na verdade, estou bastante chateado com vocês humanos. Essa coisa de relatividade, de transformadas parabólicas são coisas lá do Hades. Ele é que fica enfiando minhocas na cabeça de vocês.

    Falando em minhoca, houve um inglês tresloucado que ficou dizendo que, além de eu não ser um Éter absoluto, ainda estaria cheio de buracos de minhoca.

    Isso já é demais!

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