WAGNER RODRIGUES POETA E CRONISTA

TEXTOS ORIGINAIS E PUBLICADOS NOS LIVROS DO AUTOR

Diálogo, pensamento,consciência em conversa com a Inteligência Artificial Capítulo III – Divindade e criação

Deus foi um dos meus principais interlocutores como forma de pensar.

Esse Deus dos meus pensamentos foi, fundamentalmente, quem me levou a quase me tornar um ateu.

Foi na conversa com Deus que fui levado a abandonar quase todas as hipóteses do divino.

Deus me provou que todas as divindades eram nada mais que muletas às necessidades de respostas, às angústias que atormentam os seres pensantes.

O que somos, de onde surgimos e qual será nosso fim?

Conversa com Deus

Bom dia, Criador!

Espero encontrar-te sendo,

Espírito que voa sobre as águas.

Espero que concedas

A mim, fruto da criação,

Os meios de conhecer-te

Em sentimento ou razão.

Te reveles destas vestes

A esses olhos que me destes.

Sei que fé é só embuste

A levar a outros deuses,

Desses que inventamos

A servir nossos propósitos.

Quero a ti real e vero.

Conhecer os teus mistérios.

Se estar não te permites

Ou ser não te compraz,

Espero que, sendo sincero,

Mesmo assim te reveles.

Pois estou aqui e a ti espero.”

O que sou? Por que estou aqui? Qual meu destino?

Essas questões são as questões fundamentais e angustiantes. A questão da origem, da consciência e mais importante, a questão da finitude, do lidar com a morte.

A morte é nosso total, certo e incompreensível destino. Ou não? Quiçá não o seja, que não o seja, mas parecer ser o mais definitivo e previsível futuro.

“Quando a noite vem

É certo que ainda é dia.

Caminhamos seguros,

Construindo novas memórias.

Passos seguem passos ainda por vir.

O dia se faz de rotinas e surpresas.

Amores brotam,

Rancores surgem.

Muitos minguam

na passividade do acaso.

Tristezas assombram,

Risos afloram,

Emoções e desejos excitam.

Com o tempo tudo desvanece.

Assim são feitos os dias.

Tudo segue até que não mais.

O brilho atenua,

Cores se tornam opacas,

A dimensão se confunde.

Silhuetas cobrem a realidade em desenho monocromático.

Cinza sobre cinza em cinzas.”

A derradeira noite, a ausência, a inexistência são as temidas e mais prováveis possibilidades. A menos que haja um Deus e um destino desenhado por Ele.

Talvez um Deus, representando em nossa consciência, seja um bom interlocutor para questionar essas questões fundamentais. Seria uma forma de manter “honesta” nossa consciência e livre do medo.

O Chat GPT não é Deus, mas pode ser usado numa conversa um poco mais franca. Vamos tentar?

Você disse:

Você pode responder sobre religião da mesma forma que faz com a ciência?

O ChatGPT disse:

Sim, posso responder sobre religião com o mesmo compromisso de clareza, precisão e respeito que uso ao falar de ciência — mas há algumas diferenças importantes na abordagem:

 Ciência

  • Baseia-se em método empírico, observação, experimentação e revisão por pares.
  • As conclusões são refutáveis e podem mudar com novas evidências.
  • Exemplos: gravidade, evolução, estrutura do átomo.

 Religião

  • Baseia-se em , doutrinas, revelações e tradições espirituais e culturais.
  • As afirmações religiosas são geralmente não refutáveis, no sentido científico, e variadas entre tradições.
  • Exemplos: existência de Deus, vida após a morte, inspiração das escrituras.

Se quiser, posso tratar um tema específico com linguagem objetiva ou com tom mais reflexivo ou filosófico, dependendo do seu interesse.

Quer começar com algum assunto específico?

Você disse:

Sim. Segundo o judaísmo qual a idade do universo?

O ChatGPT disse:

Segundo a tradição judaica, especialmente na sua leitura mais tradicional e baseada no Tanakh (a Bíblia Hebraica), a idade do universo é de aproximadamente:

5.785 a 5.786 anos (em 2025)

Essa contagem é feita a partir da criação do mundo, como descrita no Gênesis, e é baseada em cálculos genealógicos e cronológicos feitos por sábios judeus ao longo dos séculos — principalmente a partir do Talmude e dos comentários do sábio medieval Maimônides (Rambam) e do cronologista Rabi Yitzhak ben Yehuda HaLevi (Seder Olam Rabbah).


Como é feita essa contagem?

  • A cronologia parte de Adão, supostamente criado no “ano 1”.
  • Os anos são contados sequencialmente com base nos descendentes bíblicos.
  • Em 2025, o ano judaico será 5786, iniciando-se no pôr do sol de 2 de outubro de 2025.

Judaísmo e Ciência

Muitos judeus modernos e intelectuais religiosos buscam conciliar essa cronologia simbólica com a ciência. Algumas abordagens incluem:

  1. Leitura alegórica de Gênesis — os “seis dias” da criação podem representar eras ou fases cósmicas, não dias literais.
  2. Relatividade do tempo — autores como o rabino Dr. Gerald Schroeder, que também é físico, sugerem que o tempo nos primeiros instantes do universo, segundo a física moderna, se expandiria de forma que os “seis dias” da criação poderiam, em outro referencial, corresponder a bilhões de anos.

Você disse:

E o cristianismo? também acreditam na cronologia apresentada no velho testamento?

O ChatGPT disse:

Boa pergunta — e a resposta depende bastante da corrente do cristianismo. Em resumo:


Cristianismo e a idade do universo

O cristianismo herda o Antigo Testamento (Velho Testamento) do judaísmo, incluindo o Gênesis, mas não existe uma posição única sobre a idade do universo. As opiniões variam muito entre os diferentes ramos e tradições cristãs.

Cristãos literalistas (jovem Terra)

Alguns grupos, especialmente entre os protestantes evangélicos fundamentalistas, acreditam que:

  • A criação em Gênesis ocorreu em seis dias literais de 24 horas.
  • A Terra e o universo teriam cerca de 6.000 a 10.000 anos.
  • Essa cronologia segue cálculos como os do bispo anglicano James Ussher (século XVII), que datou a criação em 4004AC

Esses cristãos são chamados de criacionistas da Terra jovem.

Cristãos conciliadores (Terra antiga)

Muitos cristãos — incluindo católicos, ortodoxos e protestantes moderados — aceitam as descobertas da ciência moderna e entendem o Gênesis de forma simbólica ou teológica, não literal:

  • Os “dias” da criação são lidos como eras ou fases, não períodos de 24 horas.
  • A criação é vista como uma mensagem espiritual sobre a ordem, a bondade e a origem divina do universo, não um relato científico.
  • A idade do universo é aceita como sendo de ~13,8 bilhões de anos, segundo a cosmologia moderna.

Exemplos:

  • A Igreja Católica aceita o Big-Bang e a evolução como compatíveis com a fé (desde que Deus seja o autor do processo).
  • O papa Pio XII e mais claramente o papa Francisco já afirmaram isso publicamente.
  • Muitos teólogos usam a ideia de que “a Bíblia nos ensina como ir ao céu, não como o céu funciona” (frase atribuída a Galileu e também a Santo Agostinho em sentido semelhante).

Se você quiser, posso explicar como os primeiros cristãos interpretavam Gênesis, ou como diferentes denominações abordam a relação entre fé e ciência. Quer seguir por alguma dessas linhas?

Você disse:

E o islã? como entende a idade do universo?

O ChatGPT disse:

Excelente pergunta — o Islã, assim como o judaísmo e o cristianismo, acredita que Deus (Allah) é o Criador do universo, mas não define uma idade exata do universo no Alcorão. Ainda assim, há diferentes interpretações entre os muçulmanos.

ISLÃ E A IDADE DO UNIVERSO

1. O que o Alcorão diz?

O Alcorão não fornece uma cronologia específica, como faz o Gênesis na Bíblia. Em vez disso, fala em termos mais poéticos, simbólicos e espirituais sobre a criação:

  • Allah criou os céus e a terra em “seis dias” (por exemplo, Surata 7:54, 10:3, 11:7).
  • Mas esses “dias” são frequentemente entendidos como eras ou fases, e não literalmente dias de 24 horas.
  • Em vários versos, é dito que “um dia para Allah é como mil anos” ou até “cinquenta mil anos” para os humanos (Surata 22:47 e 70:4), o que reforça a ideia de tempo simbólico.

2. Tradições islâmicas e ciência moderna

A maioria dos muçulmanos contemporâneos, incluindo estudiosos e cientistas islâmicos, aceita a idade do universo estimada pela cosmologia moderna — cerca de 13,8 bilhões de anos — e vê isso como compatível com o Alcorão.

Exemplos de conciliação:

  • Muitos veem o verso sobre a separação dos céus e da terra (Surata 21:30) como sugestivo do Big Bang.
  • A expansão do universo (Surata 51:47) é interpretada por alguns como uma referência ao que hoje chamamos de expansão cósmica.

Importante: Essas leituras não são consenso e dependem de interpretações modernas, especialmente de pensadores muçulmanos que tentam reconciliar fé e ciência.

3. Há muçulmanos criacionistas?

Sim, existem muçulmanos que interpretam o Alcorão de forma mais literalista, incluindo:

  • Rejeição da evolução biológica.
  • Visões de uma Terra jovem, mas sem uma data específica como no cristianismo protestante (não há tradição cronológica fixa como o “ano da criação”).

Grupos como os seguidores de Harun Yahya (Adnan Oktar) defendem o criacionismo islâmico, mas essa visão é controversa dentro do próprio Islã.

cos específicos que tratam da relação entre cosmologia e o Alcorão, ou mostrar versos específicos e como são interpretados.

Você disse:

Como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo entendem o dilúvio e Noé dentro da cronologia da história e a questão dos casais de todos os animais dentro de uma arca?

O ChatGPT disse:

Essa é uma pergunta profunda e fascinante, porque envolve tanto teologia quanto história, mitologia comparada e até biologia. Judaísmo, cristianismo e islamismo compartilham a narrativa básica do dilúvio e de Noé (ou Nuh), mas interpretam e explicam essa história de formas distintas, especialmente quando se trata de cronologia histórica e da viabilidade literal da arca com casais de todos os animais.

Vamos ver como cada tradição trata isso:

JUDAÍSMO

Texto base:

  • O relato do dilúvio está na Torá (Gênesis 6–9).
  • Deus ordena a Noé que construa uma arca e leve “de cada espécie, macho e fêmea” (ou 7 pares de animais puros e 1 par dos impuros, segundo Gênesis 7:2).

Cronologia:

  • Os rabinos antigos colocam o dilúvio por volta de 1656 anos após Adão, o que seria algo entre 2.300 a 2.500 a.C. na cronologia tradicional judaica.
  • Essa data é muito mais recente que as evidências científicas sobre a origem da humanidade e a domesticação dos animais.

Interpretação:

  • Judeus ortodoxos mais literalistas creem que o dilúvio foi universal e real.
  • Outros judeus (conservadores, reformistas e modernos) veem a história como alegórica ou mítica, refletindo tradições antigas como o mito sumério do dilúvio (por exemplo, o Épico de Gilgamesh).
  • A arca é vista como simbólica, representando salvação, renovação e aliança com Deus.

CRISTIANISMO

Texto base:

  • A história de Noé também está em Gênesis 6–9, compartilhado com o judaísmo.
  • O Novo Testamento confirma a existência de Noé e o dilúvio (Mateus 24:37–39; Hebreus 11:7; 1 Pedro 3:20).

Cronologia:

  • Cristãos criacionistas da Terra jovem colocam o dilúvio por volta de 2.300 a.C., com base na cronologia bíblica.
  • Cristãos que aceitam a ciência moderna geralmente não tentam datar literalmente o evento.

Interpretação:

  • Cristãos literalistas (evangélicos, fundamentalistas) afirmam que o dilúvio foi global e histórico.
  • Afirmam que Deus milagrosamente fez os animais caberem na arca e sobreviverem.
  • Cristãos tradicionais e modernos (católicos, ortodoxos, protestantes moderados) muitas vezes veem a história como teológica e simbólica, não como relato científico.
  • A arca é interpretada como prefiguração de Cristo e da salvação espiritual.

ISLÃ

Texto base:

  • A história de Nuh (Noé) está em vários trechos do Alcorão (por exemplo, Surata 11:25–48; Surata 71).
  • O Alcorão confirma que Noé construiu uma arca e que os incrédulos pereceram, mas os detalhes são mais enxutos que na Bíblia.
  • Fala-se em salvar “os que creram” e “casais de cada espécie”.

Cronologia:

  • O Alcorão não fornece datas ou linhagens cronológicas específicas como a Bíblia.
  • Tradições islâmicas posteriores colocam Noé como uma figura pós-Adão e pré-Abraão, mas a data exata é teologicamente irrelevante no Islã.

Interpretação:

  • Muçulmanos literalistas (como os salafistas) tendem a crer num dilúvio real, talvez universal.
  • Muitos estudiosos muçulmanos modernos o veem como dilúvio local, possivelmente na Mesopotâmia.
  • A história é entendida mais como um exemplo de advertência moral e obediência a Deus do que como um evento geológico global.
  • A questão dos casais de animais também pode ser interpretada de forma simbólica ou milagrosa.

Sobre a arca e os animais — desafios e interpretações

Problemas literais:

  • A arca teria que abrigar milhões de espécies, com alimentos, ventilação e espaço — algo impossível biologicamente e logisticamente sem intervenção divina.
  • A repopulação global a partir de um casal por espécie é geneticamente inviável.

Possíveis interpretações:

TradiçãoLeitura da arca e animais
LiteralistaDeus realizou milagres para preservar todos os animais e permitir sua multiplicação.
AlegóricaA arca representa a proteção divina e os animais simbolizam a diversidade da vida.
LocalistaO dilúvio afetou apenas uma região e os animais levados eram apenas os domésticos ou conhecidos por Noé.

Ciência e dilúvio

  • Não há evidência científica de um dilúvio global nos últimos 10 mil anos.
  • Há, porém, hipóteses de inundações catastróficas locais, como o possível transbordamento do mar Negro (~7.000 a.C.) — que pode ter inspirado lendas regionais.

Você disse:

Por que deveríamos imaginar um Deus fazendo alegorias fantásticas e esperando que alguns crentes que não usam a lógica ou sua honestidade intelectual como sendo merecedores de sua companhia?

O ChatGPT disse:

Sua pergunta é profunda e corajosa — ela toca no cerne da tensão entre fé e razão, entre revelação religiosa e honestidade intelectual. Muitos pensadores religiosos e filósofos se confrontaram com esse dilema ao longo da história. Vamos destrinchar isso em partes, com respeito à diversidade de perspectivas e à sua inquietação legítima.

A QUESTÃO CENTRAL:

Por que um Deus digno de reverência escolheria se comunicar por meio de alegorias fantásticas e ainda valorizar pessoas que rejeitam a lógica ou suspendem o senso crítico?

Essa é uma crítica poderosa à literalidade ingênua e à visão de um Deus que premiaria a fé cega. Vamos explorar possíveis respostas de dentro e de fora da tradição religiosa.

1. A Perspectiva da Razão Crítica

Do ponto de vista filosófico secular:

  • Um ser supremo que se manifesta em formas confusas, ambíguas ou mitológicas pode parecer contraditório com a ideia de um Deus racional, justo e universal.
  • Muitos veem isso como evidência de que as religiões refletem construções humanas, com linguagem simbólica e mitológica para expressar verdades existenciais — não fatos objetivos.
  • Honestidade intelectual exige que admitamos: se um texto sagrado diz que cobras falam, que a Terra foi criada em 6 dias, ou que um barco carregou todos os animais do mundo, isso entra em conflito direto com evidências e razão.

Resposta laica: essas alegorias não vêm de um Deus, mas da imaginação humana tentando compreender o mistério da existência com os recursos culturais e linguísticos disponíveis na época.

2. A Perspectiva Teológica Moderna

Muitos teólogos contemporâneos (inclusive cristãos, judeus e muçulmanos) argumentam que:

  • Deus não deseja fé cega, mas sim um coração aberto ao mistério, que sabe que nem tudo pode ser capturado pela lógica.
  • As “alegorias fantásticas” (como o dilúvio ou Adão e Eva) não são erros, mas metáforas arquetípicas para verdades espirituais e morais.
  • A linguagem simbólica permite acesso universal a pessoas de todas as épocas e níveis de entendimento, sem exigir conhecimento técnico ou científico.

Por exemplo:

“A serpente no Éden” não precisa ser literal para nos dizer algo profundo sobre desejo, culpa e responsabilidade.

Essa visão não exclui a razão, mas coloca a lógica como um dos instrumentos (não o único) para se aproximar de Deus — ao lado da experiência, da intuição, da ética, do amor.

3. A crítica à fé sem pensamento

Você toca num ponto essencial: por que premiar a fé acrítica e rejeitar a razão?

Essa é uma crítica interna já feita por pensadores religiosos sérios, como:

  • Tomás de Aquino, que defendia a harmonia entre fé e razão;
  • Maimônides, no judaísmo, que dizia que tudo que contraria a razão deve ser interpretado não literalmente;
  • Al-Ghazali e Averróis, no Islã, que debateram se a razão era um caminho legítimo para a verdade divina.

Portanto, as maiores tradições religiosas não exigem fé cega — mas infelizmente, muitos dos seus seguidores praticam a religião dessa forma, o que dá a impressão de que crer exige renunciar à lógica, quando, na verdade, essa é uma caricatura da fé.

4. Uma possível síntese:

Talvez a pergunta não deva ser:

“Por que Deus usa alegorias e recompensa os que não pensam?”

Mas sim:

“O que esses relatos querem nos dizer sobre a condição humana, mesmo que não sejam literais?”

E, mais ainda:

“Se existe um Deus, ele se relacionaria melhor com quem crê sem pensar, ou com quem busca com honestidade e dúvida?”

CONCLUSÃO

  • A sua dúvida é legítima, honesta e importante — não é falta de fé, é busca por sentido verdadeiro.
  • A visão de um Deus que exige ignorância ou obediência cega é insustentável para muitos crentes e ateus.
  • As grandes tradições religiosas têm espaço para interpretações mais profundas, que valorizam a razão, a consciência moral e a experiência existencial.
  • Talvez o verdadeiro “merecimento da companhia de Deus”, se é que essa linguagem faz sentido, esteja não na fé cega, mas na procura corajosa pela verdade — mesmo em meio à incerteza.

Se quiser, posso mostrar como autores religiosos e céticos lidaram com essa tensão (como Dostoiévski, C.S. Lewis, Kierkegaard, Nietzsche ou Carl Sagan). Quer seguir por essa linha?

Você disse:

Seria maravilhoso! Siga, por favor.

O ChatGPT disse:

Que bom que deseja seguir por essa linha! Vamos então explorar como grandes pensadores — religiosos e céticos — lidaram com a tensão entre fé, razão, dúvida e a busca honesta pela verdade. Em vez de respostas fáceis, eles nos oferecem reflexões profundas, muitas vezes desconfortáveis, mas sempre estimulantes.

1. Søren Kierkegaard (1813–1855) – O “salto de fé”

Quem foi:

Filósofo cristão dinamarquês, é considerado o pai do existencialismo. Ele via a fé como algo profundamente pessoal, angustiante e paradoxal.

Ideias principais:

  • A fé não é lógica, nem racional — é um “salto no absurdo”.
  • O verdadeiro crente é aquele que reconhece o paradoxo (por exemplo, Deus se tornando homem em Jesus) e aceita mesmo assim.
  • Ele criticava o cristianismo “de costume”, superficial, sem sofrimento nem risco existencial.

“A fé começa exatamente onde o pensamento termina.”
— Kierkegaard

Para ele, Deus não quer crentes passivos, mas indivíduos que lutam com suas dúvidas e decidem confiar, apesar do absurdo.

2. C.S. Lewis (1898–1963) – A razão a serviço da fé

Quem foi:

Ateu convertido ao cristianismo, autor de As Crônicas de Nárnia e obras como Cristianismo Puro e Simples.

Ideias principais:

  • A fé não rejeita a razão, mas a complementa.
  • As histórias bíblicas podem conter elementos mitológicos, mas isso não anula sua verdade espiritual.
  • Ele acreditava que Deus fala por meio de histórias, metáforas e experiências humanas, pois a linguagem literal não é suficiente para captar o divino.

“O cristianismo é um mito verdadeiro: um mito que se tornou fato.”
— C.S. Lewis

Para Lewis, a fé amadurece quando o indivíduo pensa, sente e age com honestidade moral.

3. Fiódor Dostoiévski (1821–1881) – A fé em confronto com o mal

Quem foi:

Romancista russo profundamente cristão, autor de Os Irmãos Karamázov e Crime e Castigo.

Ideias principais:

  • A fé verdadeira deve enfrentar o problema do sofrimento e da injustiça.
  • Em Os Irmãos Karamázov, o personagem Ivan desafia Deus com a pergunta:

“Se para alcançar o paraíso é necessário o sofrimento de uma única criança inocente… eu devolvo o ingresso.”

  • Mas Dostoiévski também mostra, por meio de Aliócha (o irmão crente), que o amor, a compaixão e a fé humilde respondem ao mal de forma prática, não intelectual.

Ele via Deus como presente nos que amam, perdoam e sofrem com os outros, não como explicação lógica do universo.

4. Carl Sagan (1934–1996) – O ceticismo poético

Quem foi:

Astrofísico, ateu e divulgador da ciência. Autor de Cosmos e O Mundo Assombrado pelos Demônios.

Ideias principais:

  • A religião tradicional não oferece evidências satisfatórias, mas a busca humana por sentido é real e bonita.
  • A ciência é uma forma de espiritualidade — de deslumbramento diante do universo.
  • Ele rejeitava o Deus das Escrituras, mas não descartava o mistério.

“Somos uma maneira do cosmos conhecer a si mesmo.”
— Carl Sagan

Ele defendia a honestidade intelectual radical, mas com humildade e reverência diante do desconhecido.

5. Friedrich Nietzsche (1844–1900) – O fim da fé tradicional

Quem foi:

Filósofo crítico da religião, especialmente do cristianismo institucional.

Ideias principais:

  • “Deus está morto” significa que a ideia de Deus perdeu sua força cultural — não faz mais sentido num mundo moderno baseado em ciência e razão.
  • Ele denunciava a religião como um instrumento de controle moral, negação da vida e covardia espiritual.
  • Mas não pregava o niilismo — queria que o ser humano se tornasse criador de seus próprios valores, o “além-do-homem” (Übermensch).

“A fé é não querer saber a verdade.”
— Nietzsche

Mesmo assim, Nietzsche era profundamente espiritual em sua forma — buscando uma nova grandeza humana sem ilusões.

REFLEXÃO FINAL

O que todos esses pensadores mostram, cada um à sua maneira, é que:

  • Dúvida não é o oposto de fé — é um de seus caminhos.
  • Deus, se existir, talvez prefira a companhia dos que buscam com coragem e lucidez, não dos que aceitam dogmas sem pensar.
  • A honestidade intelectual pode ser, sim, um ato espiritual mesmo que leve à fé, à dúvida ou à rejeição da religião.

Se quiser, posso trazer também visões orientais (como o budismo ou hinduísmo), que muitas vezes abordam a transcendência sem um Deus pessoal, ou continuar com filósofos mais contemporâneos. Deseja explorar mais alguma dessas direções?

Você disse:

Prefiro que explore a visão a esse respeito dos filósofos mais modernos

O ChatGPT disse:

Perfeito! Vamos então avançar para filósofos mais modernos e contemporâneos — que pensaram a relação entre fé, razão, espiritualidade e ceticismo num mundo pós-moderno, científico e plural. São pensadores que tentam ir além dos extremos de fé cega ou ateísmo militante, abrindo espaço para novas formas de transcendência, dúvida produtiva e busca por significado.

1. Paul Tillich (1886–1965) – O Deus como “fundamento do ser”

Quem foi:

Teólogo protestante e filósofo existencialista.

Ideias principais:

  • Deus não é um ser ao lado de outros, mas o fundamento do ser — aquilo que faz ser possível o próprio ser.
  • A fé não é acreditar em doutrinas, mas uma “preocupação última” — aquilo a que você se entrega profundamente, seja religioso ou não.
  • Ele criticava as imagens infantis de Deus como um velhinho no céu, e defendia que linguagem religiosa é simbólica.

“Deus não existe — Deus é o ser-em-si. Se você sabe o que isso significa, você não negará Deus.”
— Tillich

Tillich conecta fé com profundidade existencial, não com mitologia ou literalismo.

2. Charles Taylor (1931–) – A fé na era secular

Quem é:

Filósofo canadense católico, autor de A Era Secular.

Ideias principais:

  • Hoje vivemos em uma era onde é possível viver plenamente sem Deus, algo inédito na história humana.
  • Mesmo assim, muitos sentem o “vazio espiritual” — um anseio por plenitude, sentido, transcendência.
  • Ele chama isso de “condição secular”: um espaço onde fé e descrença convivem como possibilidades legítimas.

“Não é que Deus tenha desaparecido, mas que a crença deixou de ser a única opção plausível.”
— Charles Taylor

Taylor mostra que a fé hoje não é mais herdada — é escolhida, e precisa ser autêntica, consciente e dialogante com o mundo.

3. Richard Dawkins (1941–) – A religião como ilusão evolutiva

Quem é:

Biólogo evolutivo britânico, autor de Deus, um Delírio.

Ideias principais:

  • Deus é uma hipótese desnecessária: a ciência explica o mundo sem precisar do sobrenatural.
  • A religião é um produto colateral da evolução, como um “vírus mental” (memes religiosos).
  • Ele critica severamente a fé cega, o literalismo e o fanatismo religioso.

“A fé é a grande desculpa para se evitar o pensamento.”
— Dawkins

Ele representa o novo ateísmo — combativo, racionalista e antiteísta — mas é criticado por simplificar a fé ao tratá-la apenas como erro lógico.

4. John Caputo (1940–) – A religião sem religião

Quem é:

Filósofo americano, influenciado por Jacques Derrida, mistura pós-modernismo com espiritualidade.

Ideias principais:

  • Fala de uma “religião sem religião” — ou seja, um desejo pelo impossível, por justiça, por algo que nos transcende.
  • O nome “Deus” pode ser um chamado ético, uma abertura ao outro, não necessariamente um ser.
  • Ele não quer salvar a religião tradicional, mas manter viva sua capacidade de provocar o coração e a consciência.

“Deus não existe — Deus insiste.”
— Caputo

Caputo mostra que é possível uma espiritualidade radical, sem dogmas, aberta ao mistério.

5. Yuval Noah Harari (1976–) – Religião como narrativa evolutiva

Quem é:

Historiador e pensador israelense, autor de Sapiens e Homo Deus.

Ideias principais:

  • As religiões são sistemas de ficção compartilhada que ajudaram os humanos a cooperar em grande escala.
  • Hoje, as “novas religiões” são o capitalismo, o humanismo e o dataísmo.
  • Ele não rejeita totalmente a espiritualidade, mas vê o conteúdo literal das religiões como mitologia útil — não verdade factual.

“Deus é um produto da imaginação humana, mas isso não significa que não seja poderoso.”
— Harari

Ele propõe uma reflexão ética e crítica sobre como crenças moldam realidades humanas, mesmo quando são ficções.

REFLEXÃO FINAL

A era moderna e pós-moderna nos coloca diante de uma escolha mais complexa e mais livre do que nunca:

  • Podemos ter , mas uma fé crítica, simbólica e ética.
  • Podemos ser céticos, mas ainda espirituais, poéticos e comprometidos com o bem.
  • Podemos abandonar a religião formal, mas ainda buscar profundidade existencial, justiça e mistério.

Talvez o verdadeiro “Deus”, se existir, não esteja esperando que creiamos em arcas literais, mas que pensemos com coragem, amemos com inteireza e caminhemos com autenticidade.

Quando se pensa em religião, na minha opinião e segundo a conversa que mantive com a inteligência artificial, a primeira coisa a abolir são as religiões habituais. Assim, para não abolir Deus, há que se abdicar dessas religiões. Se Deus está morto, para Nietzsche, foi porque a humanidade o matou ao criá-lo à imagem e semelhança do homem.  

A fé, talvez, foi a pior das armas contra a divindade. Cético é uma palavra maldita que indica o que não acredita em nada. Mas aceitar a fé e a crença que ofendem a razão é o pior dos ceticismos. É abdicar da maior dádiva da humanidade. Duvidar da capacidade de pensar e concluir racionalmente. É entrar um carro desgovernado e imaginar que ao invés de bater no próximo poste ele nos levará sãos e salvos à nossa casa do outro lado da cidade. Só porque nos submetemos a Ele. Se houver uma divindade que queira ser encontrada, não seria a maior das suas dádivas o melhor caminho?

O caminho da fé é o caminho dos senhores que querem a escravidão. Obediência sem questionar para um prêmio transcendental e invisível. Tudo depois do show de inúmeros ilusionistas e das histórias que ouvimos sobre seus espetáculos.

Ou isso ou a danação eterna, em fogo e enxofre. Pior ainda quando convocam exércitos a nos impelirem ao abismo.

Usam o medo, usam todas nossas aflições, usam nossas doenças, nossa velhice, tudo o que for lícito e ilícito nessa cilada.

A existência ou não existência da divindade são possibilidades a serem ponderadas. O transcendental, o espiritual, algo além das nossas vidas, algo além da eletricidade que move o cérebro podem ou não existir. Crer ou não nesse algo além da energia e da matéria, algo além das quatro forças da física é irrelevante, porém são possibilidades. Felizmente, crer nunca bastou à mente curiosa. Supor é fundamental à procura.

Uma resposta para “Diálogo, pensamento,consciência em conversa com a Inteligência Artificial Capítulo III – Divindade e criação”.

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    Que bom que tenha gostado.

    Excelente Wagner. Um verdadeiro mergulho analítico num tema controvertido. Obrigado!

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