WAGNER RODRIGUES POETA E CRONISTA

TEXTOS ORIGINAIS E PUBLICADOS NOS LIVROS DO AUTOR

O diabo e o maquinista (Poema de Bolhas de sabão)

O maquinista sabia

Dessas coisas do destino.

Contra ele não bulia,

Pois seria um desatino.

Agradecer a Deus ocorria

Ao fim de cada viagem,

Que da próxima vez haveria

Formado camaradagem.

Mas, nem só de bondade

É feito este mundo redondo.

Para falar bem a verdade,

Tem-se mais do hediondo.

Assim, se juízo o tens,

Ignora-lhe o rabo,

Não custa a ti dar também

Uma esmola ao vil Diabo.

Algum dia poderás

Carecer de algum favor

E ao demo exigirás

Sua dívida recompor.

Esta lenda e muitas outras

Meu avô sempre contava,

Contador que ele era,

De contar não se cansava.

No Alentejo assim se diz:

“Se quiseres ser feliz,

Faze tu sempre o bem,

Não te cates para quem”.

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