
Com olhos bem brilhantes,
Pousava nos ramos torcidos
Que emergiam no charco
Formado ao lado do rio.
Esperava bem quietinho
A noite que vinha chegando,
Já sonhando o luar largado
A brilhar na folharia.
Na noite a luz traz insetos
Que o sapo come depressa
Até hora mais certa
Quando hormônio de sapo desperta.
Então se lembra, expedito,
Da cantiga ancestral
Que os sapos já nascem sabendo
Desde tempo imemorial.
A trova sempre funciona
No meio da saparia
A atrair a desejada,
Bem aquela que queria.
Os olhares vão cruzar
A ver o que outros não vêm:
A beleza da sapinha
Que só mesmo ela a tem.
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