
Chegamos assim muito cedo
Que o lago ainda dormia.
Envolto na bruma da noite
Uma nuvem estendida o cobria.
Não ousava o vento letargo
Soprar na manhã que nascia.
A face do lago espelhada
À serração se rendia.
Então uma onda se lança
Em círculos que se multiplicam.
Ferozes na origem avançam,
Crescem, esmorecem
E se esvaem em lembrança.
Seria um peixe,
Quem sabe um pingo
Ou uma pedra caindo?
Foi da garça que planava,
Do saci pregando peça
Ou da mãe d’água em camuflagem
Atraindo, atraindo…
Deixe um comentário