
Algo de estranho ocorre
Quando se entra num trem.
Só a lógica não explica
A sensação que se tem.
Há um espaço que surge
Em outra realidade,
Não de sonho ou fantasia…
Bem mais perto da verdade.
O tempo então se destaca
Do tempo cotidiano,
Um tempo fora do tempo,
Mas real, não há engano.
O trem gera novo sentido
Que o habitual desconhece.
Ao viajante colhido
E acolhido oferece
Experimentar um sentido
Que da viagem floresce,
Pois só aí é vivido,
Só neste tempo acontece.
Então, entre e aproveite
O que ele tem a lhe dar.
Entre apenas e aceite
Levar-se e deixar-se estar.
Assim o trem, a balançar,
Em seu torpente rolar,
Oferece este tempo de estar
Entre o ser e o sonhar!
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