
Tenho um rosto
E muitas almas,
Todas ávidas por dizer
A meu corpo
Das maldições da vida,
Deste flertar com a morte.
Sou a lusa Pátria
Ao entardecer.
Esta minha noite é só história
De naus, reis pútridos em sua glória.
Não há esperança.
Criei em mundos recomeços
Já condenados pela herança,
Natimortos em seus berços.
Nesses Brasis, nessas Angolas
Não há porvires.
Sofrem da descendência.
Pesadelos habitarão suas almas,
Danação implacável assombrará,
Ao fecharem os olhos,
Os seus dormires.
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